Você é mulher dedicada e com certeza já ouviu elogios dirigidos à você como ‘’é uma profissional excelente, recomendo!’’ ou ‘’uma mãe super dedicada’’, mas em algum momento no meio da correria da vida, você pode ter se esquecido de quem você é, além das suas obrigações.
Quem é a ‘pessoa’ que está por trás desses papeis?
A Lohla nasceu em um questionamento como esse: quem sou eu para além do meu papel de mãe?
Eu me chamo Heloísa e havia deixado meu trabalho de lado para me dedicar integralmente aos cuidados da minha filha.
Mas depois de um tempo, comecei a reparar que é muito fácil você perder a mão, deixar de olhar para as suas necessidades e viver apenas no modo sobrevivência: acorda pensando no que vai fazer durante o dia e vai dormir pensando nas tarefas que não consegui fazer. Eterno ‘checklist inacabado’.
E no dia seguinte tudo se repete, inclusive a sensação de deitar a cabeça no travesseiro sabendo que não conseguiu concluir tudo o que havia planejado - Quando escrevo este texto, por exemplo, foi um destes dias por aqui.
Mas spoiler que aprendi na terapia: NUNCA vamos conseguir essa proeza hahaha. Enquanto estivermos vivas, no final do dia, sempre vai ter serviço da casa que faltou resolver, problema no trabalho para desenrolar. Todos os dias.
Não sou eu que sou ‘incompetente’, mas são as minhas expectativas que estão completamente descoladas da realidade.
Hoje tenho essa consciência, graças a Deus e à minha psicóloga (rs), mas a um tempinho atrás eu mergulhei de cabeça nessa corrida sem fim pela perfeição e o resultado foi:
Isso refletia diretamente na minha imagem.
Eu não gostava do que olhava no espelho e minha justificativa era que ‘eu não tinha tempo pra mim’.
E realmente não tinha mesmo. Eu não me permitia ter esse tempo.
Mas depois de fazer terapia, eu descobri que estava sendo exigente e inflexível comigo mesma. Não me permitia ter pequenos momentos de ‘autocuidado’ pra atender as minhas necessidades, porque estava preocupada demais em concluir as minhas tarefas.
Eu descobri que pra ser uma boa profissional e uma boa mãe, eu também precisava alimentar a minha pessoa, com coisas que enriquecem a alma:
É bom se olhar no espelho e gostar daquilo que vê, mas é melhor ainda sentir que aprendeu algo novo, uma perspectiva nova, fazer algo que vai além das nossas obrigações do estado. Sentir que está VIVENDO e não apenas reagindo.
Isso não resolve nossos problemas, mas servem como acalento para os nossos dias.
Também enriquece a nossa autoestima.
E luto contra o pensamento de: ‘ah, só tenho um tempinho, então nem vale a pena. Vou ficar aqui no instagram mais um pouco’.
‘Se eu tenho 30 minutos, então vou usar esses 30 minutos pra fazer algo pra mim, mesmo que eu não termine. Se tenho 15, serão os 15. ‘Hoje foi pauleira, só deu pra ter 5 minutos’, então vamos aproveitá-los.
Não podemos subestimar os ‘passinhos de formiga’ diários. Ler 5 minutos por dia pode te levar a ler 1 ou 2 livros no ano.
A Lohla nasceu neste questionamento que eu me fiz.
Eu gostaria muito de realizar uma atividade profissional que ia além da casa, da minha filha e isso só é possível porque eu aprendi a olhar para a minha vida com menos perfeccionismo e com mais vontade de viver.
E agora, a Lohla é este lembrete diário de que vale a pena cuidar de si mesma, apesar da correria louca da vida.
Vale a pena viver.
E viver com um brinco novo, um colar bonito, faz bem pra qualquer uma! Hahahaha.